Aí entramos na semântica: para o brasileiro, a forma "Tinha falado" é usada para realçar o ato , portanto ela é uma forma bem diferente de FALARA (que como eu disse, é igual ao passado simples para ele). Originalmente, claro, o pretérito mais que perfeito simples também é uma forma de realçar o ato, mas este sentido de realce só os falantes de Portugal é que conseguem perceber.
Sintaticamente, no texto, o uso do pretérito-mais-que-perfeito simples, ou da forma composta, é usado para indicar que a ação veio antes de outra(s), e também é uma alternativa para que o passado simples não fique se repetindo. Por exemplo:
- Ele chegou, sentou-se e fez um café. Tinha falado (ou falara) sobre aquele assunto com ela.
Note que o FALARA ou TINHA FALADO indica que esta ação aconteceu antes de todas as outras. No Brasil, pelas direrenças que eu falei, o autor do texto pode preferir usar o advérbio para marcar bem essa diferença, o que em Portugal poderia ser dispensado. Por exemplo:
- Ele chegou, sentou-se e fez um café. Tinha falado (ou falara) sobre aquele assunto com ela antes.
fonte: Moderna Gramática Portuguesa
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