jueves, 2 de febrero de 2012

Tudo e Todo

Usar Tudo e Todo nem sempre é uma tarefa simples. Mas, vamos ver se conseguimos tornar mais leve este desafio.
Primeiro devemos prestar atenção na pronúncia
Tudo Se você percebeu é como se a primeira sílaba e a segunda tivessem sido escritas com “u’ = /tudu/
TOdo Se você percebeu, é como se a segunda sílaba tivesse sido escrita com “u” = /todu/. Na primeira sílaba permanece inalterado o “o” de “to”.
Agora que sabemos que devemos pronunciar diferentemente estas duas palavras, TUDO e TODO, nosso próximo passo é saber quando usar cada uma delas.
Usamos TUDO quando generalizamos, ou seja, quando não especificamos sobre o que estamos falando. Li tudo o que você me pediu
Podemos usar TODO no lugar de TUDO, porém, devemos especificar o que se faz, veja o exemplo: Li todo o material que você me pediu.
Tanto TUDO como TODO são pronomes indefinidos. O caso é que TUDO é invariável enquanto que TODO varia em gênero e número.
Fiz tudo sozinho. Fiz todo o trabalho sozinho. Limpei tudo sozinho. Limpei toda a cozinha sozinho.
Como você percebeu nos exemplos anteriores, a palavra TUDO substitui TODO, mas generaliza a ação. Isso é tudo!!! Ops
Atenção A palavra TODO também é sinônimo de QUALQUER. Veja o exemplo: Ela limpa todo animal que encontra na rua. Ela limpa qualquer animal que encontra na rua.

Fonte:Richard Brunel Matias

lunes, 30 de enero de 2012

A Estrategista

Bete recomenda um conjunto escuro e sóbrio, mas com um decote que mostre o rego dos seios. O rego dos seios é importantíssimo. O viúvo precisa ter uma amostra do que existe por baixo do terninho compungido já no abraço de pêsames.Bete tem um método de prospecção de viúvos. Procura convites para enterro em que não conste "netos". De preferência nem "filhos". É um sinal de que a mulher morreu jovem. Falecida moça igual a viúvo moço. Precisando de consolo imediato.O ideal é quando há mais de um convite. Quando a firma do marido tambémconvida para o enterro. E dá a posição do viúvo na vida. "Nosso gerente", ótimo. "Nossodiretor-financeiro", melhor ainda. "Nosso diretor-presidente", perfeito! Um diretor- presidente com 40 anos ou menos é ouro puro. Segundo a Bete.Bete dá instruções.― Aumenta o decote. Isso.― O que que eu digo?― Chore. Diga "Eu não acredito". Diga "A nossa Pixuxa."― "Pixuxa?!"

― Era o apelido dela. Estava no convite.― A nossa Pixuxa. Certo.― E não esquece de beijar perto da boca, como se fosse descuido.Bete não cobra pelo seu trabalho. Faz pelo desafio, pelo prazer de um desfecho feliz, cientificamente preparado. Quando consegue "colocar" uma das suas amigas, sente-se recompensada. Não é verdade, como dizem alguns, que tenha informantes nos hospitais de primeira classe da cidade e que muitas vezes, quando a mulher morre, ela já tenha um dossiê pronto sobre o viúvo, inclusive com situação financeira atualizada. Trabalha em cima dosconvites para enterro, empiricamente, com pouco tempo para organizar o ataque. Procura se informar o máximo possível sobre o viúvo, depois telefona para uma interessada e expõe asituação.― O nome é bom. Parece que é advogado. Entre 55 e 60 anos. Aproveitável. Dois filhos, mas já devem ter saído de casa.― Entre 55 e 60, sei não...― É pegar ou largar. O enterro é às 5.Bete vai junto aos velórios. Para dar apoio moral, e para o caso de algum ajuste de última hora. Como na vez em que, antes de conseguir chegar no viúvo, sua pupila foi barrada pela mãe dele, que perguntou:― Quem é você?A pretendente começou a gaguejar e Bete imediatamente colocou-se ao seu lado.― A senhora não se lembra da Zequinha? Uma das melhores amigas da Vivi e do Momô.Era tanta a intimidade que a mãe do Moraes, embora nunca soubesse que o apelidodo seu filho fosse Momô, recuou e deixou a Zequinha chegar nele, com seu rego.Foi um dos triunfos da Bete. Naquele mesmo ano, o Moraes e a Zequinha se casaram. Alguns comentavam que tudo começara no enterro da pobre da Vivi, outros que o caso vinha de longe. Ninguém desconfia que foi tudo planejado. Que havia um cérebro de estrategista por trás de tudo.Bete tem medo das livre-atiradoras, das que invadem o seu território sem método,sem classe, enfim, sem a sua orientação. Quando o viúvo é uma raridade, uma pepita ―menos de 40, milionário, quatro ou cinco empresas participando o infausto evento, semherdeiros conhecidos, e bonito ― Bete faz questão que sua orientada chegue cedo novelório, abrace o prospectado ("A nossa Ju! Eu não acredito!"), beije-o demoradamente perto da boca, por descuido, e fique ao seu lado até fecharem o caixão, alerta contra outros decotes. Ela deve até tornar-se uma confidente do viúvo.― Essa que me cumprimentou agora... Não tenho a menor idéia quem é.― Eu também, nunca vi.― Não é uma amiga da Ju?― Vulgar assim? Acho que não.E a Bete cuida da retaguarda. Observa a aproximação de possíveis concorrentes e,quando pode, barra o seu progresso em direção ao viúvo. ("Por favor, vamos deixar ohomem em paz.") De tanto freqüentar velórios, Bete já conhece a concorrência.Sabe que elas vêm dispostas a tudo. Quando o viúvo é muito importante e forma-se uma multidão à sua volta, dificultando o acesso, abrem caminho a cotoveladas. Não hesitamnem em ficar de quatro e engatinhar, entre pernas, até o viúvo. A Bete compreende. Sabe o valor de um bom viúvo em tempos como este. Por isso se sente justificada em usar qualquer meio para impedir o sucesso das outras e assegurar o sucesso das suas. Até a coação física emoral."Estamos numa selva", diz a Bete, para encorajar suas discípulas. E as instrui a não desanimar quando não conseguem prender a atenção do viúvo no velório. Afinal, sempre existe a missa do sétimo dia.

Fonte: Luiz Fernando Verissimo, Cronicas , Jornal estadão

miércoles, 25 de enero de 2012

Futuros

Indicativo

Futuro do presente composto

Assinala um fato posterior ao tempo atual, mas anterior a outro fato futuro.
Exemplo:
"Até meus bisnetos nascerem, eu terei me aposentado".
"Quando ele chegar, já terei saído.


Futuro do Indicativo

Emprega-se o futuro do Indicativo para assinalar uma ação que ocorrerá no futuro relativamente ao momento em que se fala.
  • Quando eleito, lutarei pelos menores carentes.
  • "… era Vadinho, herói indiscutível, jamais outro virá tão íntimo das estrelas,… " (Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos)
  • "A qual escolherei, se, neste estado,
    Eu não sei distinguir esta daquela?" (Alvarenga Peixoto, Jôninha e Nice).
Exemplos de futuro composto:
  • Ele vai fazer (fará) compras e vai voltar (voltará) em breve.


Futuro do Pretérito 

Emprega-se o futuro do pretérito para assinalar:
  • Um facto futuro em relação a outro no passado
    • "Se eu morresse amanhã, viria ao menos
      Fechar meus olhos minha triste irmã;
      Minha mãe de saudades morreria. (Álvares Azevedo, Se Eu Morresse Amanhã).
  • Uma ironia ou um pedido de cortesia:
    • Daria para fazer silêncio!
    • Poderia fazer o favor de sair!?


Subjuntivo


Futuro

Emprega-se o futuro do subjuntivo para assinalar uma possibilidade a ser concluída em relação a um fato no futuro, uma ação vindoura, mas condicional a outra ação também futura.
  • Quando eu voltar, saberei o que fazer.
  • Quando os sinos badalarem nove horas, voltarei para casa.
Também pode indicar uma condição incerta, presente ou futura.
  • Se ele estiver lá amanhã, certamente ela também estará.
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.
Por exemplo:
Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.

Verbos

Verbos

Características dos verbos regulares e irregulares

Jorge Viana de Moraes*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Quanto à flexão, os verbos são classificados em: regular, irregular, defectivo e abundante. Neste texto, abordaremos apenas as duas primeiras classificações, ou seja, a regular e a irregular.

Os chamados verbos regulares são aqueles que se flexionam seguindo o modelo que representa o tipo comum de conjugação, isto é, o paradigma.

Tomemos como exemplo os verbos cantar, vender e partir como paradigmas da 1ª, 2ª e 3ª conjugação, respectivamente. Eles são verbos regulares porque o radical de cada um deles se mantém em todas as formas do paradigma, além de suas terminações seguirem o modelo da conjugação a que pertencem.

Já os verbos irregulares são aqueles que, em algumas formas, apresentam modificações no radical ou na flexão, afastando-se, assim, do modelo da conjugação a que pertencem.

InfinitivoTerminaçãoRadical
cantar-arcant-
vender-ervend-
partirirpart

Nota-se, a partir dos exemplos abaixo, que todos os verbos regulares da 1ª conjugação formam os seus tempos como cantar; os da 2ª, como vender; e os da 3ª, como partir.

Verbo Copiar (1ª Conjugação)
Modo Indicativo
PresenteEu copio, Tu copias, Ele copia, Nós copiamos, Vós copiais, Eles copiam.
Pretérito ImperfeitoCopiava, copiavas, copiava, copiávamos, copiáveis, copiavam.
Pretérito PerfeitoCopiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram.
Mais-que-perfeitoCopiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram.
Futuro do PresenteCopiarei, copiarás, copiará, copiaremos, copiareis, copiarão.
Futuro do PretéritoCopiaria, copiarias, copiaria, copiaríamos, copiaríeis, copiariam.
Modo Subjuntivo
PresenteCopie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem.
ImperfeitoCopiasse, copiasses, copiasse, copiássemos, copiásseis, copiassem.
FuturoCopiar, copiares, copiar, copiarmos, copiardes, copiarem.
Modo Imperativo
AfirmativoCopia, copie, copiemos, copiai, copiem.
NegativoNão copies, não copie, não copiemos, não copieis, não copiem.
Formas Nominais
Infinitivo impessoalCopiar.
Infinitivo pessoalCopiar, copiares, copiar, copiarmos, copiardes, copiarem.
GerúndioCopiando.
ParticípioCopiado.

Verbo Vencer (2ª Conjugação)
Modo Indicativo
PresenteEu venço, Tu vences, Ele vence, Nós vencemos, Vós venceis, Eles vencem.
Pretérito ImperfeitoVencia, vencias, vencia, vencíamos, vencíeis, venciam.
Pretérito PerfeitoVenci, venceste, venceu, vencemos, vencestes, venceram.
Mais-que-perfeitoVencera, venceras, vencera, vencêramos, vencêreis, venceram.
Futuro do PresenteVencerei, vencerás, vencerá, venceremos, vencereis, vencerão.
Futuro do PretéritoVenceria, vencerias, venceria, venceríamos, venceríeis, venceriam.
Modo Subjuntivo
PresenteVença, venças, vença, vençamos, vençais, vençam.
ImperfeitoVencesse, vencesses, vencesse, vencêssemos, vencêsseis, vencessem..
FuturoVencer, venceres, vencer, vencermos, vencerdes, vencerem.
Modo Imperativo
AfirmativoVence, vença, vençamos, vencei, vençam.
NegativoNão venças, não vença, não vençamos, não vençais, não vençam.
Formas Nominais
Infinitivo impessoalVencer.
Infinitivo pessoalVencer, venceres, vencer, vencermos, vencerdes, vencerem.
GerúndioVencendo.
ParticípioVencido.

Verbo Distinguir (3ª Conjugação)
Modo Indicativo
PresenteEu distingo, Tu distingues, Ele distingue, Nós distinguimos, Vós distinguis, Eles distinguem.
Pretérito ImperfeitoDistinguia, distinguias, distinguia, distinguíamos, distinguíeis, distinguiam.
Pretérito PerfeitoDistingui, distinguiste, distinguiu, distinguimos, distinguistes, distinguiram.
Mais-que-perfeitoDistinguira, distinguiras, distinguira, distinguíramos, distinguíreis, distinguiram.
Futuro do PresenteDistinguirei, distinguirás, distinguirá, distinguiremos, distinguireis, distinguirão.
Futuro do PretéritoDistinguiria, distinguirias, distinguiria, distinguiríamos, distinguiríeis, distinguiriam.
Modo Subjuntivo
PresenteDistinga, distingas, distinga, distingamos, distingais, distingam.
ImperfeitoDistinguisse, distinguisses, distinguisse, distinguíssemos, distinguísseis, distinguissem.
FuturoDistinguir, distinguires, distinguir, distinguirmos, distinguirdes, distinguirem.
Modo Imperativo
AfirmativoDistingue, distinga, distingamos, distingui, distingam.
NegativoNão distingas, não distinga, não distingamos, não distingais, não distingam.
Formas Nominais
Infinitivo impessoalDistinguir.
Infinitivo pessoalDistinguir, distinguires, distinguir, distinguirmos, distinguirdes, distinguirem.
GerúndioDistinguindo.
ParticípioDistinguido.

Quando se diz que os verbos regulares mantêm o mesmo radical em todas as formas não significa que ele não possa apresentar alterações gráficas. Sobre esse aspecto, Celso Cunha e Lindley Cintra (em Nova Gramática do Português Contemporâneo, Editora Nova Fronteira) chamam a atenção no sentido de não se confundir irregularidade verbal com certas discordâncias gráficas que aparecem em formas do mesmo verbo e que visam apenas a indicar-lhes a uniformidade de pronúncia dentro das convenções do nosso sistema de escrita.

Assim, de acordo com esses mesmos autores, os verbos da 1ª conjugação cujos radicais terminem em -c e -g mudam tais letras, respectivamente, em -qu-c e -gusempre que se lhes segue um -e:
ficar - fiquei
justiçar - justicei
chegar - cheguei

Já os verbos da 2ª e da 3ª conjugação cujos radicais terminem em -c-g e -gu mudam tais letras, respectivamente, em -j e -g sempre que se lhes segue um -o ou um -a. É o que se dá com o verbo vencer, apresentado acima como exemplo da segunda conjugação (vencer - venço - vença), e o verbo distinguir, apresentado como exemplo da terceira conjugação (distinguir - distingo - distinga) além de outros, como abaixo se vê:
tanger - tanjo - tanja
erguer - ergo - erga
restringir - restrinjo - restrinja

Verbos irregulares

Como já se disse, os verbos irregulares se afastam do paradigma, apresentando alterações ou no radical ou na flexão:
a) variação no radical em comparação com o infinitivo: ouvir - ouço; dizer - digo; perder - perco; caber - caibo;
b) variação na flexão: estou - estás.

Cunha e Cintra nos apresentam uma descrição mais detida, por exemplo, da 1ª pessoa do PRESENTE DO INDICATIVO dos verbos dar e medir. Vejamos mais uma vez as observações desses autores:

a) a forma dou não recebe a desinência normal -o da referida pessoa;
b) a forma meço apresenta o radical meç-, distinto do radical med- que aparece no INFINITIVO e em outras formas do verbo: med-irmed-esmed-imed-ira, etc. Sendo assim, os verbos dar e medir são verbos irregulares.

No entanto, se examinarmos o PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO dos verbos em questão, como nos orientam os referidos autores, observaremos que as formas:

a) davadavasdavadávamosdáveisdavam se enquadram no paradigma dos verbos regulares da 1ª conjugação; e
b) mediamediasmediamedíamosmedíeismediam, por sua vez, incorporam-se ao paradigma dos verbos regulares da 3ª conjugação.

Desta forma, conclui-se que num verbo irregular podem ocorrer determinadas formas perfeitamente regulares.

Descrição desse tipo foi o que, certamente, levou Joaquim Mattoso Câmara Jr. (emEstrutura da Língua Portuguesa, Editora Vozes) à seguinte constatação: "o que nossas gramáticas alinham, em ordem alfabética, como 'verbos irregulares', deve ser entendido como um desvio do padrão geral morfológico, que não deixa de ser 'regular', no sentido de que é suscetível a uma padronização também".

A partir dessas observações, apesar de tradicionalmente classificarmos alguns verbos como irregulares, é necessário que se façam deles uma descrição mais detalhada, para que, assim, possamos ter um melhor conhecimento da sistematicidade da língua. Fica a reflexão.
*Jorge Viana de Moraes é professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação na área de Letras. Atualmente, mestrando em Língua Portuguesa e Filologia pela Universidade de São Paulo.

fonte:http://educacao.uol.com.br/portugues/verbos-caracteristicas.jhtm