jueves, 28 de marzo de 2013

Verbos terminados em -EAR


Todos os verbos terminados em “-ear” (passear, saborear, cear, recrear, frear, enfear…) fazem um ditongo “ei” nas formas rizotônicas (=sílaba tônica na raiz do verbo).
As formas rizotônicas são: 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural dos tempos do presente:
a)    presente do indicativo:
eu passeio, tu passeias, ele passeia, eles passeiam;
eu freio, tu freias, ele freia, eles freiam;
eu enfeio, tu enfeias, ele enfeia, eles enfeiam;
b)    presente do subjuntivo:
que eu passeie, tu passeies, ele passeie, eles passeiem;
que eu freie, tu freies, ele freie, eles freiem;
que eu enfeie, tu enfeies, ele enfeie, eles enfeiem.
Observações:
1a) As 1a e 2a pessoas do plural não fazem ditongo:
nós passeamos, vós passeais, que nós passeemos;
nós freamos, vós freais, que nós freemos;
nós enfeamos, vós enfeais, que nós enfeemos;
2a) Nos tempos do pretérito e do futuro, jamais ocorre o ditongo:
eu passeei, ele passeou, eles passearam, eu passeava, ele
passeará, eles passeariam, passeando…

3a) ARREIA ou ARRIA?
As duas formas são corretas.
1a) Ele ARREIA é do verbo ARREAR (=pôr os arreios):
“Ele ARREIA o cavalo”;
2a) Ele ARRIA é do verbo ARRIAR (=abaixar):
“Ele ARRIA a cortina”.

fonte: www.g1.com.br

PORQUE ou POR QUE ou PORQUÊ ou POR QUÊ?


PORQUE ou POR QUE ou PORQUÊ ou POR QUÊ?
a)    PORQUE = conjunção causal ou explicativa:
“O advogado não compareceu à reunião PORQUE está doente.”
“Feche a porta PORQUE está ventando muito.”

b)    PORQUÊ = forma substantivada (com artigo “o” ou “um”):
“Ela quer saber o PORQUÊ da sua demissão.”
“O diretor quer um PORQUÊ para tudo isso.”

c)    POR QUÊ = no fim de frase (antes de pausa forte):
“Parou POR QUÊ?”
“Se ele mentiu, eu queria saber POR QUÊ.”
“Quero saber POR QUÊ, onde e quando.”

d)    POR QUE
  • em perguntas (diretas ou indiretas):
“POR QUE parou?”
“Gostaria de saber POR QUE você viajou.”
  • substituível por POR QUAL, PELO QUAL, PELA QUAL…
“Só eu sei as esquinas POR QUE passei.” (=pelas quais)
“É um drama POR QUE muitos passam.” (=pelo qual)
  • com a palavra MOTIVO antes, depois ou subentendida:
“Desconheço os motivos POR QUE a viagem foi adiada.” (=pelos quais)
“Não sei POR QUE motivo o advogado não veio.” (=por qual)
“Não sei POR QUE ele não veio.” (=por qual motivo).

Origem da palavra Legal


Cartas legais de um leitor leal: “1. LEALDADE – Nos bons tempos, esta palavra tinha muito a ver com honradez e ética, e não submissão e conveniência, conforme é hoje empregada pelos políticos. Assim é que um indivíduo leal era aquele fiel ao ideário de um partido ou ao compromisso com sua própria consciência, mas hoje em dia passou a sê-lo apenas ao padrinho que o nomeou para um cargo público. (…) É uma pena notar que uma palavra tão bela como lealdade passou a ser sinônimo de cumplicidade. 2. LEGAL – Muito usada hoje em dia pelos jovens, significando coisa ou pessoa de ótima qualidade, nada tendo a ver com as leis ou com a justiça. Sua origem é latina, a mesma do adjetivo LEAL.”
Como pudemos constatar, LEAL e LEGAL têm a mesma origem. Vem do latim lex,legis, que é a origem de LEI. Portanto, na sua origem, LEGAL é estar de acordo com a lei. Daí outras tantas palavras derivadas: ILEGAL (=que não está de acordo com a lei); LEGALIZAR (=tornar legal, dentro da lei); LEGISLAR (=criar a lei); LEGISLADOR (=quem cria a lei); LEGISLAÇÃO (=conjunto de leis); LEGISLATIVO (=que tem o poder de legislar); LEGISTA (=que conhece ou estuda as leis)…
Quanto ao LEGISTA, é interessante observarmos os comentários feitos pelo professor Deonísio da Silva, no seu livro De onde vêm as palavras: “Legista: o vocábulo é frequentemente utilizado para designar o profissional que se serve dos conhecimentos médicos para esclarecer questões jurídicas. Sua denominação original é médico-legista, já que para o exercício de sua profissão é indispensável o curso de medicina. Mas os costumes consagraram, por economia vocabular, como é de praxe, apenas a segunda palavra.”
Assim sendo, um “cara legal” é “maneiro, bacana, amigo”, mas, pela sua origem, é um cara que só age “dentro dos conformes”.                                                              

fonte: G1.com.br

Curso de Portugués: Qual a diferença entre Preterito Perfeito e Preterito Imperfeito?

miércoles, 1 de agosto de 2012

ESTAR ou FICAR??




O único caso em que podemos usar alternadamente os verbos estar ficar é para localizar edifícios e localidades no espaço. 
1) «O hospital está ao lado do hotel.»
2) «O hospital fica ao lado do hotel.»
Nos restantes casos, os dois verbos têm sentidos diferentes, pelo que não é possível substituir um pelo outro sem alterar, mesmo que ligeiramente, o significado da frase.
Entre outros usos, o verbo estar serve habitualmente para referir estados (incluindo meteorologia) ou localizações (tempo e espaço).
1) «Estou feliz com a notícia.»
2) «Ele não veio trabalhar porque está doente.»
3) «Está frio.»
4) «Nós estamos em casa.»
5) «A bagagem está no aeroporto de Lisboa.»
6) «Estamos em janeiro.»
O verbo ficar também pode reportar estados e localizações, mas tem subjacente uma ideia de permanência ou de mudança não planeada, eventualmente súbita.
a) «Fico feliz com a notícia.»
(O meu estado mudou para «feliz» ao receber a notícia inesperada.)
b) «Ele não veio trabalhar porque ficou doente.»
(Ele planeava trabalhar, mas o estado de saúde mudou para «doente».)
c) «Ficou frio.»
(Estava um tempo agradável e, sem se prever, a temperatura ficou baixa.)
d) «Nós ficamos em casa.»
(Iremos permanecer em casa, em vez de sairmos.)
e) «A bagagem ficou no aeroporto de Lisboa.»
(A bagagem não seguiu o percurso esperado, permanecendo em Lisboa.)
f) ? «Ficamos em janeiro.»
(Esta frase é agramatical, a não ser que alguém esteja a viajar no tempo e resolva permanecer no mês de janeiro de um determinado ano.)
Para tornar mais claro, poderemos dar como exemplo o seguinte diálogo telefónico:
– Onde estás?
– Estou em casa.
– Nós vamos ao cinema. Queres vir?
– Estou adoentada. Acho que fico em casa. [permaneço em casa]
– Agora fiquei preocupada contigo. Queres que leve um filme para vermos na tua casa? [mudança de estado para “preocupada”]
– Não fiques preocupada, isto passa. [não permaneças preocupada]

 Em muitos contextos, é possível substituir o verbo ficar pelo verbo estar sem grande alteração de sentido, sendo mais difícil a substituição, no mesmo contexto, pelo verbo ser, como poderemos verificar no pequeno corpus que segue (o asterisco indica que a frase é inadequada, ou incorrecta):
1 – «O João começou a ficar triste com aquela situação.»
1.1 – «O João começou a estar triste com aquela situação.»
1.2 – «O João começou a sentir-se triste com aquela situação.»
1.3 – (?) «O João começou a ser triste com aquela situação.»
2 – «O João começou a ficar preocupado.»
2.1 – «O João começou a estar preocupado.»
2.2 – «O João começou a ser preocupado.»
3 – «O João começou a ficar doente.»
3.1 – «O João começou a estar doente.»
3.2 – «O João começou a sentir-se doente.»
3.3 – «O João começou a ser doente.»
4 – «A sua atitude começa a ser preocupante.»
4.1 – * «A sua atitude começa a estar preocupante.»
4.2 – * «A sua atitude começa a ficar preocupante.»
5 – «A situação começa a ser preocupante.»
5.1 – «A situação começa a ficar preocupante.»
5.2 – (?) «A situação começa a estar preocupante.»
6 – «O edifício começou a ser construído.»
6.1 – «O edifício começou a ficar construído.»
6.2 – «O edifício começou a estar construído.»
Pela análise do corpus, verificamos que o verbo ficar pode ser substituído por estar em mais contextos do que porsercomo já se referiu. Repare-se que apenas com os exemplos 5 o sentido se mantém próximo, embora tenha dúvidas quanto à correcção de 5.2.
Nos exemplos 2 e 3, ainda que o uso do verbo ser produza frases correctas, o seu significado é distinto do que têm as frases em que ocorrem os verbos ficar ou estar. Com efeito, em 2.2 e em 3.3, o adjectivo parece adquirir um valor de permanência que se não nota com os verbos ficar e estar. Tenho dificuldade em aceitar plenamente o exemplo 1.3, mas creio que veicula tal como 2.2 e 3.3 uma ideia de permanência.
Por outro lado, como se verifica em 1.2 e 3.2, os verbos ficar e estar podem ser substituídos em algumas situações pelo verbo sentir. Não excluo a possibilidade de poder ocorrer equivalência de sentido com outros verbos em outros contextos que não explorei.
Nos exemplos 6, as frases 6.1 e 6.2 veiculam, de certa forma, o contrário do que acontece com 6, uma vez que esta frase indica o início da obra, enquanto aquelas indicam que ela se aproxima do final.
Em síntese, o verbo ficar e o verbo estar produzem, em diversos contextos, sentidos próximos, na estruturacomeçar + a + infinitivo. Com menos frequência, o verbo ser pode veicular sentidos equivalentes aos que ocorrem em frases com o verbo ficar na estrutura em análise.
fuente: http://www.ciberduvidas.com